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Nasf promoveu Roda de Conversa sobre Autismo

A equipe do Nasf (Núcleo de Assistência à Saúde da Família) junto com a Primeira-Dama e Médica Psiquiatra, Drª Micaela Mota Morais, em parceria com a Creche Delano Wanderleia/Lúcia de Fátima, promoveu roda de conversa, na terça-feira (30 de julho), no auditório da creche. Abordando o tema: “Vamos falar sobre o Autismo? ”

O encontro atendeu a uma solicitação dos educadores da creche, com o objetivo de esclarecer dúvidas deles próprios e dos pais e responsáveis. Na busca de argumentos que auxiliem na avaliação do comportamento dos alunos.

Na abertura, Drª Micaela disse que o autismo ganhou status de modismo, por estar muito presente na mídia televisiva e em redes sociais. Para ela, essa forma de difundir o assunto abre espaço para um debate muitas vezes equivocado.

E argumentou: “Têm muitas pessoas diagnosticando sem passar pelos profissionais responsáveis pelo diagnóstico. Muita gente achando que criança que tem birra, tem algum tipo de transtorno”.  

Continuando, ela disse que aos seis meses de idade o médico pediatra já consegue identificar os primeiros sinais de alerta: a falta de foco da criança, falta de atenção ao chamado da mãe. "A criança não tem interesse no que a mãe está falando".

A primeira-dama ainda abordou as várias fases e níveis do autismo. Das quais, a síndrome de Asperger, mais conhecida por Tea  (Transtorno do Espectro Autista).

Depois, falou da importância de ter consciência e saber diferenciar a criança “que é trabalhosa, que faz birra, que é agitada, que fala bastante, que é espontânea, de uma criança que tem algum transtorno mental”.

A Psicóloga Edjane Xavier fez comentários sobre a relação entre pais e filhos. E provocou os participantes com perguntas do tipo:

“Por que não se senta mais com as crianças ao chão? Por que o pai não joga mais futebol? Por que não faz uma pipa e vai soltar no campinho? E a mãe não brinca mais de boneca ou escolinha?”

Segundo a psicóloga, o corre-corre diário está fazendo do celular uma ferramenta de compensação da própria ausência paterna e materna. E questionou: “Quanto do seu tempo, de um dia, 24 horas, você está dedicando realmente ao seu filho”?

Em relação à faixa etária das crianças que estão na creche, de zero a três anos e meio, essa é a fase certa para identificação e diagnóstico do autismo. “Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de um tratamento eficaz", disse Edjane.

Cabe destacar que um dos principais sintomas é a falta de interação social. "A começar pela interação familiar, perfazendo todas as outras possibilidades de interação social. Nesse sentido, a família, por si só, recua por medo de comprovar que é autismo”.

A Nutricionista Mikaely Medeiros falou sobre a alimentação da criança autista. Inclusive indicando outra característica, a criança prefere o mesmo tipo de comida todos os dias. A recomendação é insistir em outros alimentos para balancear a nutrição.

Já a Fisioterapeuta Sawanna Medeiros argumentou sobre o equilíbrio e desenvolvimento motoro da criança autista. Citou alguns exemplos comuns, a saber, andar na ponta dos pés, ou, com a mãozinha rodando.

Diante dessa discussão, vale ressaltar que gestos isolados não são definidores, mas o conjunto de características analisados pelo psiquiatra vai gerar o diagnóstico da criança autista.

Na fala da Assistente Social, Joana D’arc, o destaque foi alguns dos direitos do autista. Conforme Lei 12.764, de dezembro de 2012, que garatiu o direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). Para requerer, será necessário apresentar laudo médico constando o diagnóstico.

Ela ressaltou que o município desenvolve algumas atividades em apoio a essas crianças: a equoterapia, o cuidador em sala de aula regular, a sala multifuncional do Atendimento Educacional Especializado (AEE).

Para encerrar, a primeira-dama passou atividades a serem feitas em casa, pelos pais ou responsáveis junto com as crianças.

O objetivo é evitar o uso excessivo do celular e provocar o convívio necessário entre eles, por meio de brincadeiras. “Não quero aqui o autismo de celular, não”, concluiu.

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